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Era noite, chuvinha fina, frio que pede meia, um bom tinto, e todas as risadas inerentes a encontros do gênero. A única certeza presente era a rapidez que ia passar aquele momento, certeza essa que acentuou o desejo de intensificá-lo ao cume do sentir, experimentar, acreditar, concretizar. Todos os sentidos explodem, ficam mega, intensos, vibrantes, exato tamanho da paixão que os consome. Aguçam o prazer de vestir seus corpos nus com suores e arrepios, usam o que possuem de mais formoso, apuram a nobreza de amar, o acalento do doar, o êxtase de receber. Sentem no interior toda a plenitude, e por mais que busquem na memória não conseguem encontrar outro momento tão denso e tão leve, a divina dualidade de sensações. O amanhecer foi um encontro de emoções, de beijo saborosamente renovado, de querer reafirmado, de tesão inacabado, de emanação do desejo. Eram eles amantíssimos, olhando suas vidas pela janela escancarada, os que vivem com coragem, eram eles um do outro por opção de felicidade, fazendo seus dias alegres e suas noites de bons sonhos, eram eles únicos donos de si mesmos, rindo das loucuras dessa união, eram eles brindando nova era, comemorando o mesmo amor.
... acordar pra que?!