Fiquei pensando sobre essa expressão, lixo emocional, realmente ela cabe bem no que eu chamo de resíduos de relacionamentos passados. Aquelas coisinhas vividas que não se vão junto com as pessoas que as causaram. E assim, vão se acumulando, relacionamento a relacionamento, caso a caso, se solidificando, criando raízes... Entramos em um relacionamento com bagagem, e por mais que queiramos entrar sem nada, não tem como. Fazem parte da nossa vivência, da nossa carga de sentimentos experimentados, vividos e revividos. Quem dera se a gente esvaziasse o bagageiro e começasse literalmente do zero. Com o carro leve, cheio de vigor e potencia pra percorrer essa auto-estrada que é um relacionamento novo. Fazemos o possível e o impossível para dar certo, e por tão pouco, perdemos a chance de realmente dar. Mas não tem muito jeito, a gente pode esvaziar um pouco, acomodar daqui e dali. Mas certas coisas ficam e prejudicam o desempenho. Fazem-nos ter mais receios, agir com cautela, ou com a falta dela. O desejo de ter alguém especial aumenta e a urgência emocional nos faz querer as coisas pra ontem. Queremos ler e ser lidos nas entrelinhas sem saber ao menos que língua falamos em comum. Projetamos medos que já nem sabemos de quê... E assim percebemos como o lixo emocional, o passado, tem influência nas nossas atitudes, no nosso pensar com relação ao novo. Quero ficar livre dos conceitos, dos pré conceitos. Quero que o meu lixo emocional exista sim, pois não sou mais nenhuma criança aprendendo a amar, mas quero que ele seja leve, sábio e desprovido de maiores danos. Hoje estou aqui, pensando nas pessoas que passaram, as que ficaram por um tempo, as que passaram como um vendaval bagunçando tudo, as que apenas deram um alô e saíram à francesa, as que não se vão nem por reza brava. Cada uma com suas características, cada uma com sua colaboração para minha felicidade ou para a inexistência dela, mas sempre praticando a arte de deixar rastros...