domingo, 22 de agosto de 2010

Posso sentir sua pulsação.

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A hora se aproxima, coração na boca, a cada passo da maquiagem as lágrimas atrapalham o processo, mas ela persisti em respirar fundo, e continua se preparando para o começo do fim... As válvulas venosas impedem o sangue de fluir na direção errada, para diminuir o peso da palavra, ou do fim.

A ocasião relembra uma sensação pura de alguns anos atrás, despedidas da vida quando a vida é uma partida. O sentimento transborda insustentavelmente pelos olhos e confirma o que ela não tem mais a menor suspeita.

A boca continua seca e a música embalada a um sentimento de angústia do tempo que rapidamente passa como lágrimas escorrendo, ou sangue pulsando, bombeando amor nos segundos cruciais que sonhamos parar as órbitas.

Os pés firmes, mas o nó continua na garganta obstinadamente, ela não reluta mais e desmorona na cama, porque se o momento subseqüente vier a acontecer, suas aterias precisam ser fortes, já que é alta a pressão que o sangue nelas é lançado, agora é uma questão de autocontrole, o bastante para não fazê-lo sofrer questionando o novo começo certo que ta prestes a acontecer.

Uma vez disseram baixinho ao pé do ouvido dela que uma mulher ausente é mais presente na memória de um homem, foi quase um sussurro com fundamento. Sim, ela sabe que o contrário também é válido e é exatamente dessa maneira que ele vai ficando, tomando conta de tudo, porque por mais que eles arrisquem que saibam e que pensem, os dois juntos apenas sentem o que foi o que é e o que ainda está por vir.

Ela é gananciosa pelo o tipo de alma que ele tem e no futuro próximo ela quer se lambuzar do gosto dele outra vez...

Um comentário:

Barbara disse...

O engraçado é que apesar do afastamento inevitavel, quebrando totalmente os ciclos dos ultimos ataques cardiacos, dessa vez o coração está inteiro e, apesar da angústia e o nó da garganta, pelo menos dessa vez não tem pedaços para catar.
O que é nosso esta guardado.
bjs