quinta-feira, 31 de maio de 2007

O que ficou...


Baga Beach - Goa

Não quero lembrar dos sorrisos, nem mesmo quero lembrar os passos. Quero apenas saber que existiram. Quero apenas sentir que rasgaram caminhos. Não quero lembrar das palavras... Não quero lembrar dos silêncios... Quero apenas saber que havia sempre algo a dizer, quero apenas saber que nos entendiamos. Não quero lembrar dos dias... Não quero lembrar das noites... Quero apenas saber que o sol é o mesmo de hoje. E que a Lua não brilha nem mais nem menos. Que o Mundo não mudou por os sorrisos serem outros. Por haver outros passos, por as palavras e silêncios terem outro espaço, outro tempo... Não quero apenas esquecer a ausência... Hoje tenho que também não lembrar a presença... A não ser pelo que ficou...
O que foi... foi.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Calmamente...

''Vou matar-te.
Com estas mãos que nunca tocaste
Com esta boca que nunca provaste
Vou matar-te.
Com esta pele que sonhaste
Com este corpo que desejaste
Vou matar-te.
Devagar...
Calmamente...
Vou deixar-te louco...
Seduzir-te é pouco...
Vou matar-te...
De tanto amor.''

terça-feira, 29 de maio de 2007

O tempo...


Agonda - Goa

Sabe quando você se esforça para sossegar o planeta e para escondê-lo do sol, só para que a noite não acabe e se prolongue por todo o tempo que o amor exige. É sempre fascinante perceber a ditadura do amor em relação ao tempo. É quase ultimato: o amor tanto quer acelerar o tempo, como de repente quer que ele se derreta no calor das emoções e se dilua. Mais ainda: quer que ele pare, obedeça e congele, numa fração de eternidade, cada intensidade vivida. No início, o amor não sabe, mas, porque é amor, acha-se dono do mundo e de todas as leis. Depois percebe que não há nada a fazer senão aceitar que o tempo passe, altivo, com ar de quem manda aqui. É o tempo que nos prolonga as angústias e nos resgata os melhores momentos... Mas se é verdade que o tempo tem o poder de interromper a felicidade (ou a dor), o amor tem o dom da eternidade, onde o tempo nunca existe. Onde ele não entra. No final das contas, é a nossa ansiedade que descontrola a majestade absoluta do amor. Um dia disseram-me que "Deus não trabalha na ansiedade dos Homens". E porque Deus, ou a Vida, tem outras métricas e outros planos para nós, decidi alterar os meus parâmetros. É melhor acreditar que o tempo que nos separa e que nunca mais passa é apenas uma contagem decrescente... Mas, por via das dúvidas, acho que vou dando umas voltas por entre as ruas de noites estreladas, para que mesmo sem saber de nada, amanheça cada vez mais rápido.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Nada melhor para começar a semana do que...

Um domingo mais que perfeito, que se resume à: praia com os amigos até as 5hs.. O sol ainda brilhava, o mar uma delícia, renovar as energias, ve quem hà um tempo não via, saber que tem gente que me acha marrenta. Dormir na areia e ficar preta. Depois ir almoçar com algumas das melhores amigas (com todas as conversas e futilidades inerentes a encontros deste gênero), e , enquanto o dia acaba, fico aqui escrevendo minhas coisinhas...
Amanhã o dia é longo..

Yoga


A yoga me faz um bem indizível, tenho certa tendência a apegar-me as coisas que aprendo, sendo assim, uma das coisas que não pretendo abandonar nunca mais na vida é o prazer que a prática me proporciona. Yoga, palavra sânscrita que significa união, busca integrar corpo, mente e espírito. Li um livro que dizia que a prática de yoga surgiu na Índia por volta de 2000 a.c e a palavra yoga é derivada da raiz sânscrita “yuj” que significa : atar reunir, ligar, união ou comunhão e tem, como propósito ocupar-se do homem como um todo: corpo mente e alma. Segundo Mahadev Desai “ Yoga significa uma atitude de alma que permite a alguém encarar a vida em todos os seus aspectos com equanimidade”. "As pessoas pensam que praticar Yoga é fazer invertida sobre a cabeça e/ou algumas outras posições. Mas a meta do Yoga é acalmar a mente. Por isso chamamos de Yoga Integral - porque integramos tudo: corpo, mente e espírito" Swami Satchidananda

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Asato Ma Sat Gamaya

Tamaso Ma Sat Gamaya

Mrityor Ma Jyotir Gamaya

Om Shanthi, Shanthi, Shanthi!


Conduz-me da irrealidade para a Realidade

Conduz-me das trevas para a Luz

Conduz-me da morte para a Imortalidade

Om Paz, Paz, Paz !

segunda-feira, 21 de maio de 2007

A melhor parte

...está nos mínimos detalhes


Bali - Indonésia

Reencontrar um amor antigo e perceber, nos detalhes, porque é que ele um dia mexeu conosco? Sabemos que não tem volta, não queremos que tenha, mas há algo de familiar e íntimo na outra pessoa que nos faz recuar no tempo e perceber porque é que fez parte de um momento da nossa vida. No meu caso foi voltar a reparar no sorriso, naquela expressão que vi tantas vezes antes de dormir, no perfume que me arrastou para um verão passado, da mesma forma que a chuva me assinala a entrada da estação. Há nele algo de "típico", de próprio, de nosso. E talvez nunca deixe de existir. É quase como voltar a entrar numa casa onde já vivemos, onde já sentimos. Os detalhes estão lá, os nossos corpos e os nossos instintos conhecem-nos, mas, até por defesa própria, a nossa memória já os deixou para trás. Não deixa de ser uma rasteira, uma casca de banana, uma possibilidade. É uma redescoberta do que nos conquistou. No meu caso, neste caso, é só um reencontro com certa magia que já se foi e que já não quero que volte. E que não faz sentido voltar. Mas em outros casos, num caso apenas, torna-se difícil voltar "a sair de casa". É só rememorar, o conforto e a história dos detalhes. É aí o perigo: o amor volta a ser cego, para que os outros sentidos lhe dêem sentido...

quarta-feira, 16 de maio de 2007

ReGGaE MuSiC


"SuRgIu No MuNdO uMa MúSiCa MaRaViLhOsA, eXtAsIaNtE, cOm LeTrAs ToCaNtEs QuE eXiGeM àS pEsSoAs PeNsArEm E sE iNtErEsSaReM. UmA mElOdIa ReLaXaNtE e Ao MeSmO tEmPo DaNçAnTe, NoS LiVrA dE uMa EsTaFa QuE aGe SoBrE a TeRrA. OnDe MuItOs CaNtOrEs AiNdA pReGaM e EsPeRaM uM eNtEnDiMeNtO óBvIo E sAdIo De SuAs CoNsCiÊnCiAs, QuE oS lEvA aTé A lUz. TuDo IsSo PaRa PeRcEbEr O sOm Do ReGGaE MuSiC."


Solte a bagagem pra ficar mais leve
Ficando leve vai subir mais alto
Ficando alto vai dançar um reggae
Livre leve e solto um instante é pouco...
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Isso é só o começo, o meu começo. Nenhuma dor pelo dano. Todo dano é bendito. Do ano mais maligno, nasce o dia maaaaaais bonito.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O segredo

... de uma boa conversa.


"Como as palavras falam devagar, ouve os meus olhos que vão mais depressa..."

Não quero acordar!

Chamem Dr. Freud, por favor!

Não existe nada que me tire mais do sério do que acordar no meio daquele sonho real e completo que nos deixa sem chão. Minha ultima noite foi assim, uma viagem em todos os sentidos da palavra. Lembro-me perfeitamente você entrando no meu quarto, me dando aquele abraço apertado. Primeiro eu não acreditava muito bem no que estava vendo, desconfiava dos meus sentidos. Mas você deitava comigo e me abraçava cada vez mais forte, só abraçava na tentativa de me fazer acreditar que não era sonho. Eu convencida de que sua presença ali era real e que o beijo era única distância entre nós, quis aproveitar cada segundo lentamente, todas as sensações que o encontro dos nossos lábios proporcionava, cada toque, cada detalhe, seus olhos brilhavam numa intensidade absurda, você me olhava sem piscar, me dominava totalmente sem dó nem piedade, me senti no céu implorando aqui dentro para que parasse o tempo exatamente naquele momento. Eu não falava uma só palavra, nem mesmo o quanto lhe amava, não tinha fôlego, pouco me importava o mundo, o dia seguinte, ou até mesmo minha mãe dormindo no quarto ao lado. Apenas nós dois, pele na pele, teu cheiro, teu calor, perfeita simetria. Beijava-me ininterruptamente, nos entendíamos sem palavras, sem absolutamente nada. Teu carinho mais uma vez completava-me, senti-me protegida, descansei a cabeça no te
u peito e senti teu coração bater, ouvi silenciosamente tua respiração, foi como se me reconhecesse em você. Percebi que, mesmo que me deixes a chorar, depois do meu fôlego abruptamente roubar, os nossos corações pulsaram juntos, em sintonia... Virei para te abraçar com a força que me restava, porque achei que estávamos longe demais, não queria adormecer longe, muito menos te largar. O desejo de te sentir em mim tornava-se algo insaciável... Ai me dei conta do vazio, a cama estava grande, olhei para os dois lados rapidamente, não! Dessa vez não pode ter sido um sonho! Eu senti o teu cheiro no ar, no travesseiro, no lençol, o beijo foi inexplicavelmente real, minha certeza de que ali estávamos a pouco era incondicional. Contudo meu coração já doía apertado, às lágrimas caíam e inconscientemente eu já imaginava que de um sonho de amor infelizmente eu acordava...
Merda!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

William Shakespeare

Encontrei esse texto hoje e por achar que as suas palavras são de uma verdade inequívoca, e de uma beleza profunda, irei reproduzi-lo aqui. A surpresa, é que, apesar de ter sido escrito há vários séculos, mantém-se atual e sempre aplicável. O texto é grande, mas vale a pena lê-lo!
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"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus atos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida!”
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William Shakespeare

terça-feira, 8 de maio de 2007

Sede de ação.


Lake Tekapo - New Zealand

Analisando momentos momentaneamente às vezes questiono-me pelo caminho que decidi dar à minha vida. As certezas e as duvidas, a força de vencer, de ir além, de aprender... Às vezes questiono se eu sou realmente a pessoa que os outros vêem em mim. Se sou aquela pessoa forte que os outros procuram. Se não sou um mito criado pelos outros. Às vezes questiono-me sobre ate onde sou capaz de ir pelo o que eu quero. Tenho coragem, arrisco, vou em frente... E quase sempre quando já fiz boa parte... Paro... Tenho receio do ultimo passo e daquele que dá mais prazer. Às vezes questiono-me porque quis fazer a minha vida e começar do zero. Porque que nunca tenho medo do que posso encontrar pela frente. Mesmo sabendo que deveria ter. Penso que e o medo sempre me acompanhou, a questão não é ter ou não ter... Talvez ele esteja aqui, do meu lado, sem me largar nenhum segundo, apenas me empurrando quando involuntariamente eu paro.

Porque deixei minha mãe e meu irmão? Porque deixei o meu mundo, a minha cidade, os meus amigos, a minha família, o meu afilhado inteligentíssimo... Por quê? Para sofrer e aprender? Para valorizar, será realmente que nunca sabemos o valor da água até a poça secar? Será necessário sentir a solidão pusar na veia para torna-se um ser humano melhor em todos os sentidos da palavra? Talvez... Definitivamente não me arrependo, porém às vezes questiono-me.

Mais uma vez meus dias em Recife estão contados e logo mais a minha vida voltará à rotina carioca. Afinal, eu tenho que trabalhar, queria muito que o jornalismo me consumisse diariamente, e depois respirar e dizer: Putz, valeu, aprendi muito hoje.. Está mais do que na hora de colocar em prática minhas idéias, e inevitavelmente minha sede de vida agitada e intensa, que há muito andava estacionada. Sinto-me forte o bastante para cuidar de mim mesma, eu apenas desejo que as coisas sejam feitas, e serão, simplesmentente porque querer é poder! Minha sede de ação me leva a pensar que eu posso superar todas as objeções e obstáculos, mas talvez eu encontre alguém que me enfrente e me me faça pensar melhor. Penso demais as vezes, faço uma confusão colossal, penso na inutilidade de querer tapar o sol com a peneira, coloco na balança os prós e os contras, mas não adianta...
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É um misto de facilidade com uma cobrança desmedida ao sair mais uma vez de casa deixando tudo e todos. Dessa vez me arrepio só de pensar, mas como eu sou movida a desafios... Que assim seja. A fase é outra, conseqüentemente as aspirações também... Prometi para mim mesma que estudarei no mínimo quatro horas por dia, e que minha vida se resumirá a o trabalho, levantamento de livro, de peso, yoga, e praia claro nos fins de semana porque ninguém é de ferro.

"Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo". Mark Twain